Buenas gauchada! E pra finalizar o dia de hoje , uma poesia.Cada dia será postada uma poesia diferente a fim de valorizar o trabalho de nossos grandes poetas e também aqueles que não são tão conhecidos mas que igualmente contribuem para a divulgação e preservação de nossos costumes. Então para começar, escolhi uma poesia de um grande mestre que admiro muito, o saudoso poeta e pajador Jayme Caetano Braun, que traz por título, Hospitalidade, que por sinal é uma das grandes virtudes do povo gaúcho. Um grande abraço do tamanho do Rio Grande e boa leitura!
HOSPITALIDADE Jayme Caetano Braun |
No linguajar barbaresco
E xucro da minha gente Teu sentido é diferente, Substantivo bendito, Pois desde o primeiro grito De "o de casa" dado aquí, O Rio Grande fez de ti o mais sacrossanto rito! Não há rancho miserável Da nossa terra querida, Onde não sejas cumprida No mais campeiro rigor, Porque Deus Nosso Senhor Quando te botou carona, Já te largou redomona Sem baldas de crença ou cor! Dizem uns, que te trouxeram De Espanha e de Portugal E que neste chão bagual Criaste novo sentido, E o que além era vendido Transformou-se aqui num culto Onde o dinheiro é um insulto Com violência repelido! Tenho prá mim que és crioula Do velho pago infinito Onde até o índio proscrito Egresso da sociedade Na xucra fraternidade Dos deserdados da sorte Não respeita nem a Morte mas cumpre a Hospitalidade! Da chaleira casco preto, E a graxa que dá espeto Vai respingando na brasa, É o truco, que a cada vasa, Sempre está pintando "Flor", É rancho de corredor E sombra de oitão de casa! Hospitalidade é o grito Do quero-quero altas horas; É o tinido das esporas Da casa para o galpão; É o velho fogo de chão Que caborteiro crepita; É olhar de china bonita Que nos queima o coração. É o charque de carreteiro Picado sobre a carona; É o lamento da cambona Que se perde campo fora; É china linda que chora Num derradeiro repique Pedindo que a gente fique Até que se rompa a aurora! Mas porém, sintetizada, Num traste de uso machaço A hospitalidade de um laço Bem grosso e de armada grande Que Deus trançou, prá que ande, Apresilhado ao rincão Nos tentos do coração Dos Gaúchos do Rio Grande! |
Fonte: http://www.guapos.com.br/mx/poesia.php?cdpoesia=717
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