BUENAS E A POESIA DE HOJE É PAIXÃO GAÚCHA...
PAIXÃO GAÚCHA
(Ubirajara Raffo Constant)
Por que sinhá tamanha indiferença?
Por que insistes nesse orgulho teu?
Se posso dar-te o calor que mais desejas
E um amor como ninguém te deu?
Por que fingir que meu olhar te fere
E te escandaliza em teu pudor e pejo
Se sinto arder no fogo de teus olhos
A embriaguez baguala do desejo?
Por que esconder assim, num falso orgulho,
A ânsia de amor que em tua alma existe?
Por que deixar que a voz dos que não sentem
Te faça viver insatisfeita e triste?
Vem!...chega-te à mim e deixa que te ame
Com esse amor terno e insolente
Que no meu peito se agita e se incendeia...
Que tem a força rebelde da torrente
E o calor altivo da peleia.
Vem!...vem e deixa que te ame
Com esse amor que alucina e que inflama...
Com esse amor bravo e impetuoso...
Com esse amor que o gaúcho ama.
Vem sentir teus lábios incendiarem
Ante o fogo pagão que tem meu beijo...
Vem sentir tua carne em minha carne
E meu desejo varando o teu desejo.
Tuas mãos agitarão minhas melenas...
E num atropelo de amor e de anseios
Virão teus lábios mordiscarem-me a face...
Irão os meus beijar teus mornos seios.
Então, entrelaçados com ternura e ânsias,
Numa loucura que alucina e que abate,
Entre o calor de beijos e queixumes
Conquistaremos a vitória desse combate.
Verás, então, quando depois calados
Descansarmos da glória que vivemos,
Que foi culpado teu orgulho, ou teu receio,
Pelas horas e prazeres que perdemos.
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